Como avaliar um imóvel?

Um dos pontos mais avaliados no momento da pesquisa de imóveis tendo como objetivo a compra, se não o primeiro, é o preço. E por que digo isso? Quando compramos qualquer bem físico, almejamos economizar o máximo que pudermos na hora de pagar. Negociamos e negociamos aquele desconto que consideramos justo na atual situação que vivemos. Porém, quando o assunto é imóvel, o nosso radar de pesquisa se torna mais complexo, amplia o alcance do foco. Conversando com as pessoas nas ruas, pude notar que a questão do preço tem os seus méritos, contudo, há outros aspectos que são considerados antes do contrato ser assinado – assunto para outro momento

O preço de um imóvel, ou o valor atribuído a este, pode ser definido por meio de três macro variáveis: vendedor, comprador e propriedade. Vamos focar nesta última.

Propriedade 

Quando se fala em propriedade, o primeiro pensamento que vem à tona é do valor financeiro do terreno ou do imóvel já construído, ou seja, quanto você pagará no final. Para ambos, pode-se atribuir este valor mediante ao valor venal, sendo definido como:

Valor do bem (terreno ou imóvel) definido pela prefeitura, de acordo com as suas características (região onde esta inserido, metragens …), servindo como base para os cálculos dos impostos como IPTU, por exemplo.

No caso de uma edificação, deve-se considerar o valor venal do terreno mais o valor venal da construção. Como dito na definição acima, este valor é calculado pela própria prefeitura e se torna uma Lei do Município. Para mais informações, acesse o site da prefeitura de sua cidade e descubra como é realizado o cálculo. Mas aí que acontece a mágica … este valor está longe de ser o preço final do imóvel ou do terreno pois há uma variável externa a tudo que define a quantia final: o mercado. O valor de mercado, nada mais é que:

A valia de um bem (imóvel ou não) baseado na analise conforme a demanda do mercado. Esse valor não é, necessariamente, o valor real do bem, mas o que a lei do mercado determina.

Ficou curioso em saber mais? No próximo artigo, abordaremos mais a fundo o preço de mercado do projeto piloto da Alliance na região de Osasco, São Paulo. Mesmo não sendo da região, vale a pena acompanhar pois a ideia por trás serve para qualquer município do Brasil, resguardado as particularidades de cada região.

Fontes:

Prefeitura de São José dos Campos

CRECI – ES

Cyrela

O QUE É UM EDIFÍCIO “NET ZERO”?

“Net Zero” é uma abreviação para os edifícios “ZERO NET ENERGY” ou “ZERO ENERGY BUILDING” (ZEB), nome dado ao empreendimento autossuficiente energeticamente, seja por produção de energia “in site” (no terreno, como por ex.: placas fotovoltaicas) ou “off site” (fora do terreno, ex.; Fazendas de turbinas eólicas que abastecem determinadas regiões, muito comum no nordeste do Brasil).  A palavra “NET”, em inglês, significa “líquido”, no sentido matemático ou financeiro (como por exemplo: Meu salário bruto é R$ 1.000,00 e o líquido R$ 750,00), portanto, um ZEB é aquele com ENERGIA LÍQUIDA ZERO.

“Zero net energy significa Energia líquida Zero, ou seja, a energia gerada no edifício, menos a energia consumida no site ou através de offset é igual a zero. É o que sobra. Se você consome mais do que gera, sua Net energy é positiva. Se gera a mesma quantidade que consome, sua NET ENERGY É ZERO, se gera menos do que consome, sua NET energy é negativa”, é o que explica o Professor e Arquiteto Marcelo Nudel, que contribuiu para este post.

Vejam os princípios básicos deste tipo de edificação: 

– NET ZERO SITE ENERGY

É a energia que abastece a edificação sendo gerada no terreno, considerando uma média anual de consumo.

– NET ZERO SOURCES ENERGY (Recursos Energéticos)

Em alguns casos, não é possível a geração de energia renovável “in site”, portanto, é possível abastecer a edificação através de produção externa. Em outras palavras, é a energia que abastece a edificação sendo gerada fora do terreno, considerando uma média anual de consumo e também o gasto energético necessário na sua produção, transporte e distribuição. Reduzindo assim o custo na produção de energia.

– NET ZERO ENERGY EMISSION

São edificações que compensam a emissões de CO2 que causam através da produção de energia renovável.

– NET ZERO ENERGY COST

Sistemas que produzem mais energia do que consomem, colocando o excedente na rede.

Muito importante lembrar que para tudo funcionar de forma eficiente, é necessário o treinamento do responsável pela operação e manutenção da edificação, a fim de sempre verificar o funcionamento dos sistemas de forma integrada. No caso de grandes empreendimentos e prédios comerciais, por exemplo, existe o chamado “facility manager” (gerente de instalações), que cumpre este missão.

A influência da crise

Atualmente, nosso País passa por uma grave crise política e econômica. Diminuímos nossos consumos, as industrias de diversos setores reduziram brutalmente sua produção, o índice de desemprego subiu demasiadamente e muitos estão com medo e insatisfação.

E qual a relação da situação político-econômica no Brasil com edifícios Net Zero?

TODA!! Se o setor industrial estivesse em ritmo acelerado como entre os anos de 2008 a 2014, por exemplo, a rede de abastecimento de energia elétrica não teria capacidade para atender a tanta demanda, visto que o crescimento das cidades foi gigantesco e, consequentemente, o do consumo também. Com certeza teríamos muito apagões em diversas cidades brasileiras.

Um fator que contribui para a crise energética é a alta temperatura que estamos, literalmente, sentindo na pele (assista ao vídeo “Brasil 2040”, onde abordo este assunto). Aumento do uso de ar condicionado e as secas nos rios que abastecem nossas usinas hidrelétricas são cruciais e determinantes para o setor energético. O custo de energia dobrou pois foi necessário ativar usinas termoelétricas para atender as necessidades, e estas têm maior custo financeiro operacional, logo, este valor foi repassado para nós, consumidores.

Para que você possa ter uma ideia, durante a crise de 2008 no Arizona, nos Estados Unidos, muitos moradores que tinham suas casas financiadas em bancos preferiam pagar suas contas de energia, para não ficar sem ar condicionado do que pagar sua dívida de financiamento bancário, contribuindo diretamente para a quebra da economia americana.

Automação

Gostaria de ressaltar também a necessidade de um sistema de automação predial para atingir a redução no consumo energético e a eficiência total do empreendimento, seja uma residência ou um grande prédio. Pois assim podemos identificar algum problema como vazamento de água, lâmpadas no final do seu ciclo de vida, equipamentos com alto consumo, e também controlar o funcionamento de ambientes quando não tiver a presença de ninguém.

Não sei se você já pensou nisso, mas o consumo de água influencia diretamente no energético. SIM!! Veja, por exemplo, uma casa com chuveiro elétrico: banhos demorados = + água e + energia. A bomba necessária para levar a água vinda da rede até a caixa d’água la em cima na edificação também consome energia, logo quanto mais consumo de água, mais a bomba vai trabalhar para reabastecer o reservatório superior. Concordam?

E claro que não podia deixar de comentar que a eficiência energética depende diretamente de estratégias e soluções de projeto arquitetônico, que deve considerar o contexto e entorno onde a edificação será inserida,o clima local, orientação solar, materiais da envoltória, entre outros fatores que interferem no conforto interno do empreendimento.

Em países como os Estados unidos, França, Alemanha, Canadá e Japão, os ZEBs são comuns, no Brasil ainda não chegamos neste nível de construção, mas posso dizer para vocês com orgulho de que mesmo com a crise, o GBC Brasil divulgou que no primeiro trimestre de 2016 foi o melhor desde 2012 para os números do setor de construções sustentáveis. Bem legal não é mesmo?

Já imaginou com esta crise energética toda, acontecer um apagão e você se sentir seguro pois mora em uma casa NET ZERO?

Por Arqta. Denise Hamze Issa, LEED AP O+M

Fonte: Blog da Liga